quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Un día (quase) perfecto!


Antes dos registros, duas informacoes: (1) estou digitando no word uruguayo, que faz correcoes de minhas palabras, de modo que algumas estarao em español; (2) o teclado nao admite certas acentuacoes, e nao tem cedilha, o que fara com que algumas palabras fiquem meio extrañas…


Licao do dia: “Nem sempre as predicoes se confirmam”

Frase do dia: “É isso aì! Vamos comendo os quilometros um a um…” (S)

A previsao para o dia da viagem entre Colonia Del Sacramento e Montevideo nao era la muito boa. A temperatura, sim, entre 10 e 20 graus, mas havia registro de vento com certa forca (24, 25 km/h) e de chuva, mais para o lado da capital.

Com essas informacoes, fomos dormir, esperando mais um dia difícil…

Mas nao foi bem assim. Estava, sim, bem friozinho quando acordamos e partimos, mas havia ate um solzinho insistindo em aparecer. O vento estava por la, mas (olha so minha sensibilidade) era sudoeste, e, como estavamos indo para leste, ele ficava lateral, e ate ajudava um pouco. Nao estava uma beleza, como vento a favor, nem quando nao ha vento, mas muuuito melhor que nos dois outros dias.

A estrada, Ruta 01, uma das principais do Uruguay, ate que era bem razoavel. Pela primeira vez tinhamos acostamento, e por um bom trecho no mesmo padrao da estrada, sem desnivel (como a estrada do mar). A partir do km 30, a estrada esta duplicada, exceto num pequeño trecho de cerca de 5 km, entre os km 55 e 60, aproximadamente, quando ela passa pelo povoado chamado Colonia Valdense.

Por ali, paramos um pouco num posto Petrobràs (que, alias, tomou conta do Uruguay), e foi onde conhecemos o Sr. Josèlio (se entendi bem seu nome…), um frentista super simpatico que ficou batendo papo sobre a viagem e nos contando de seus conhecidos no Chuy. As pessoas sao muito simpaticas, disponiveis e atenciosas, geralmente, por aquí. Vinte minutos de parada, algumas castañas e passas, e seguimos adiante.

Fomos assim, muito tranquilos, com boa temperatura e sem grandes obstáculos, ate o km 77, exatamente quando uma placa registrava 103 km faltantes para Montevideo. Ai, o vento deixou de ser lateral, e ficou frontalmente contra… E essa e a pequena parte do dia que nao o permitiu ser perfecto para pedalar! Rsrs

Fomos de novo, tipo lesmas do asfalto, em um pedal bem causativo. Sorte que o vento nao parecia, mesmo, tao forte como nos tres ultimos dias. Alias, o dia de parada em Colonia foi providencial, pois foi o de vento mais forte, acho que seria imposible seguir com aquelas condicoes.

Ah, a estrada tem uma particularidade… ela vai marcando, quilometro a quilometro, a distancia faltante para Montevideo. E isso pode ser, as vezes, angustiante. Acho que cada um tem uma maneira de lidar com as longas distancias, no pedal. O Alex nao gosta de olhar o odometro. Ja eu, de tempos em tempos, vou olhando, gosto de saber a velocidade, a distancia faltante, etc. Assim, costumo dividir a distancia em trechos de 10 km. Quando chego, por ex., no 10, penso: ja estamos praticamente no 20! E assim vou. Mas ali, ficava imposible nao olhar para as placas! Entao, so vinha uma ideia na minha cabeza: “vamos comendo os quilometros um a um!” E e isso! Com paciencia, em algum momento atingimos o objetivo! rsrsr

Uma paradinha no km 98, onde “almocamos” um sanduiche de medialuna com suco de naranja. E mais vento contra, ate por volta do km 130, mais ou menos.

A partir dai, o vento continuou contra, mas diminuiu de intensidade. E a paisagem urbana comecou a surgir, mais carros, mais casas, enfim, mais distracao. Paramos um pouquinho justamente nesse ponto, em uma parada de onibus, ficamos alguns minutos, comemos chocolates com gatorade (ECA !!!) e seguimos adiante.

La pelas tantas, passamos por um caminhao vendendo sacos de batatas (5 kg, acho). Disse o Alex: “Vamos comprar batatas! Precisamos de carboidrato! Kkkk… Se bem que a gente combinou nao comer carboidrato hoje…”. Eu respondi: “É… É somente isso que nos impede de comprar dois sacos! Rsrsrsrs ». Imaginem a cena : cada um com um saco de batatas sobre as mochilas…

O fato è que NAO AGUENTAMOS MAIS COMER CARBOIDRATOS! Nem Gatorade! Abaixo as massas e paes! Rsrsrs…

Mas deixa eu contar o final do trajeto.

Ate o km 130, a estrada estava bem calma. No trecho duplicado, o acostamento nao era tao bom quanto antes, mas dava tranquilamente para pedalar sobre a pista, quase nao passavam automoveis, e todos eles (com excecao de um caminhao) abriam para a outra pista, ao nos ultrapassar.

A geografia, desde a saida ate o km 140 è de coxilhas, subidas e descidas interminaveis, mas um pouco mais leves que as do trecho anterior. A partir dai, tudo muuuito plano!

Entao, o pedal voltou a ficar mais facil: vento mais fraco e tudo plano. Mas o movimento comecou a aumentar.

Passamos por algumas localidades do entorno de Montevideo e por um pedagio, apos o qual havia uma ponte. Seguimos por ela ( e nao vimos outra alternativa) ate surgir uma placa que proibia transito de pedestres e de bikes. Nao dava nem para dizer que nao haviamos entendido, pois nao era escrita, mas com imagen (aquela velha, a bicicleta e uma faixa sobre ela…). Mesmo assim, seguimos… Uma pequena infracao. Mas dava tranquilamente para passar, tinha acostamento bom.

Rumo a Montevideo, entao. Faltando uns 10 km, visualisamos pela primeira vez a cidade!! Fiquei, mesmo, muito feliz! Os trechos mais dificeis estavam completados!

Aumentamos a velocidade e chegamos à entrada da cidade, exatamente no km 180, com 8h35min pedalando (sem contar as paradas).

Optamos por circundar a orla, para chegar ao Hotel, o que importava em alguns quilometros a mais, para fazer turismo. A vista estava realmente lindíssima, valeu a pena o acréscimo! Pegamos um entardecer fantástico a beira dagua!

A cegada ao hotel foi super tranquila. Eu diria que este foi o dia menos desgastante para os dois, a pesar de ter sido a mayor quilometragem. Isso em funcao do clima, que ajudou muito.

Hoje, faz frio em Montevideo, e vamos passear (caminando, por obvio, porque o nosso turismo esta sendo feito, ao menos por aquí, sem combustible fóssil! Rs).

Ao passeio!

3 comentários:

  1. aai que jóia ainda bem que o tempo ajudou, eu queria muito conhece montevideo que inveja (boa tá?) hehe, mas e aí faltam qtos km ainda?

    beijos

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  2. que máximo!!! quase morri de rir com a revolta contra os carboidratos! mas ok, esse "pequeno peso" faria uma "pequena diferença" nesse tipo de turismo, não???
    que bom que vcs estão curtindo!!!! tb está sendo uma curtição acompanhar por aqui a aventura!!!
    um beijo grande pros dois, voltem logo e inteiros que a maratona tá chegando!!!!!!!!!!!!!
    PS - não esqueçam que o Uruguai é mágico - eu tenho a sincera opinião de que tudo que vem daí é MUITO BOM, como vcs sabem... hahahahaha

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  3. Oi, meninas!!

    A passagem por Montevideo foi muito legal.Pode deixar,GAbi, na proxima voce vem conosco! Vale a pena!
    Agora, faltam menos de 300 km, acho... os mapas andam meio imprecisos...

    Entao, Pati! A gente comeca a pensar em gramas... so para vc ter uma ideia, abandonei um shampoo de 50 g...pq de coisinha em coisinha, o peso vai somando...

    Vamos chegar inteiros,juro!! So nao vamos treinar corrida...rsrs... Sobre a magica, concordo, ainda mais assim, como estamos fazendo, uma visao mais lenta...

    Besos!

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