quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Let's go outside!!


Lição da viagem: "Limitações só existem em nossas mentes."

A navegadora e o oráculo


Sou a navegadora. Sempre fui! Adoro mapas, tenho uma sinergia com eles... Em todas as viagens, defino trajetos, traço rotas, encontro-me nas ruelas das cidades e nas estradas que as ligam. Tenho o hábito de comprar mapas de todos os lugares por onde passo (aliás, nesta viagem foi um verdadeiro sacrifício ficar sem eles, que representariam, a cada novo puerto, peso a mais! rsrs). Compreendo-os com exatidão, raramente me perco, minha localização no espaço geográfico a partir de sua síntese em um plano geralmente é muito boa. Tanto assim que, nas corridas de aventura que virão, a equipe já sabe que essa função é minha, serei a responsável pela orientação, ninguém discute!! Rs...

Pois bem... acontece que essa relação deu-se, sempre, de modo tradicional, com as versões impressas e a serem interpretadas. A magia das rotas estava em minhas mãos! rsrsrs... Até que, há pouco tempo, compramos um gps, para bikes e trail runs de maior distância, em terrenos inóspitos (costuma ser exigência da organização...). E o tal do aparelhinho passou a fazer suas previsões: trajetos ideais, distâncias, tempo do percurso, lugares úteis nas proximidades... Ou seja: tirou a magia de minhas mãos!

Apelidei-o de oráculo. Pelo menos sou a responsável por carregá-lo e consultá-lo. Durante a viagem, quando surgia alguma dúvida sobre para onde seguir, eu parava e dizia, em tom grave: "Vamos ver o que diz o oráculo...".

E tenho que reconhecer: ele foi bastante útil e deu informações geralmente confiáveis, mesmo quando não acreditávamos. Como quando deveríamos decidir sobre como ir de Punta del Este a La Paloma, e ele dizia "ruta 9, ruta 9" (programado que estava para seguir somente estradas asfaltadas), enquanto havia, no mapa impresso, a ruta 10, mais curta, pelo litoral, supostamente asfaltada... Seguimos pela ruta 10 e o resultado é conhecido: lá estavam os 11 km de estrada de chão... O oráculo estava certo!! Rsrsrs...

Claro que ele não é assim tão preciso, e as vezes dá sugestões erradas. Nessas circunstâncias, nada como o recurso a um bom e velho mapa.

Além disso, com suas informações objetivas, não poderia prever que, as vezes, seguir pelo caminho diverso pode ser muito mais prazeroso, como foram os tais 11 km fora de ruta...

Então, conservo ainda um certo poder! Como me apossei dele, sou o canal de comunicação com o universo das previsões... Por enquanto, o domínio de suas funções é meu, me cabe interpretar e avaliar seus erros e acertos, bem como recorrer ao método tradicional, se necessário!

O problema é que o Alex, no último dia de viagem, resolveu começar a aprender... furtivamente, retirou o oráculo de seu pedestal e começou a consultá-lo, tentando decifrar sozinho suas mensagens. Chegou ao ponto de me perguntar como acessar alguns recursos!! Acho que terei de rever algumas coisas: o manual deverá ser queimado e as baterias guardadas em local incerto e não sabido! Tudo em nome da magia!

Ele pode ser o oráculo, mas eu ainda serei a navegadora! Em último caso, pelo menos a fotógrafa! Rsrs...

Informações

Espero que o tempo não tenha apagado de minha memória as informações mais relevantes sobre os dois últimos trechos...rsrss... Seguem elas:

Trecho 8: Punta del Este - Castillos (percorridos em parte pela ruta 10, até José Ignácio, e em parte pela ruta 9) - 154 km. Posto de combustíveis: km 10 (La Barra); km 37 (entrada de José Ignácio); km 85 (entorno de Rocha, principal cidade da região), km 120; entorno do km 150 (Castillos, pequena cidade à beira da estrada com 1 - só 1 - hotel, mercado e alguns restaurantes)! Bares: km 78 (um parador, tipo restaurante). Estrada vazia.

Trecho 9: Castillos - Chuy - 84 km (com entrada no parque Santa Teresa - cerca de 6 ou 7 km menos, se o trajeto for direto pela ruta 9). A estrada é um pouco mais povoada que no oeste, mas ainda assim pouco. Não há muita coisa, mas o trecho é pequeno. Cerca de 40 km antes do Chuy, começam a aparecer alguns bares. 20 km antes, já há vários pontos para abastecimento, e também pelo menos dois hotéis. Posto de combustíveis, somente no Chuy.

El regalo






Lição de hoje: "Partir é bom, transitar é fantástico, mas retornar também tem seu encanto..."

Frase do dia: "Hoje vai ser um passeio!" (A)

Em Castillo, o clima já era de missão cumprida. Sem muita preocupação com dormir cedo, ou com horário de partida, fui até tarde lutando contra o pc para postar o relato do dia anterior... Internet lenta, teclado terrível, fotos que levavam zilhões de anos para serem anexadas... Mas tudo bem!

O Alex pretendia dormir até quando o corpo pedisse, mas meu lado metódico não permitiu: "Nada disso, vamos acordar lá pelas 8, não quero sair muito tarde!". As 7 horas, eu estava acordada, e fiquei esperando a parceria...rs...

O café foi espartano: medialunas e café preto! Ainda bem que eu havia comprado umas frutas, no dia anterior, não vivo sem vegetais in natura! rsrs... Calmamente, tomamos o café, depois arrumamos as coisas e partimos, por volta das 9h30min.

A estimativa era de percorrer entre 70 e 80 km, um nadinha (rs), o único trecho menor de 100 km... Logo na saída da cidade, o Alex disse: "Vai ser um passeio!" E foi!

O dia estava simplesmente maravilhoso, um verdadeiro regalo para o último dia de viagem. Temperatura super-amena, até passei frio por uns bons quilômetros, e um sol que deixava o céu com um azul intenso.

Tendo pouco a percorrer, meu lado fotomaníaca falou mais alto: a cada paisagem interessante, eu parava para o registro. Realmente adoro fotografia, pena que numa viagem dessas não dá para levar uma máquina maior...rsrs... Ainda assim, algumas imagens ficaram bem legais!

O trajeto voltou a ser super-plano, mais até que no dia anterior (onde as ondulações já haviam diminuido muito). Um retão sem fim, que dá a estranha sensação de não saber se você está realmente no plano, ou subindo, ou descendo levemente...rsrs... O vento tinha diminuído muito, e estava contra, mas não representou obstáculo, o pedal fluia em velocidade boa, mas não exagerada... O negócio era curtir o trajeto, sem muita preocupação com a chegada.

Eu pretendia entrar em Punta Diablo, uma praia bem legal, mas quando passamos pelo trevo, vimos que haviam terminado, há pouco, de colocar asfalto, e a estrada estava, toda, coberta de britas, o que dificultaria muito pedalar até lá. Assim, desistimos e seguimos adiante.

As emas, que se haviam apresentado nos primeiros dias, na região mais plana a oeste, pampa, voltaram à paisagem no pampa leste: lá estavam elas, em bandos, coisa que já é difícil de ver por aqui... E muitos coqueiros, perdidos no pasto, com cavalos correndo, formavam um quadro bucólico...

Havia, também, muito gado, mas isso aconteceu ao longo de toda a viagem. E uma coisa muito peculiar, a seu respeito, era o interesse que os animais demonstravam pelas bicicletas... Normalmente, quando se passa de carro por um rebanho, não há nenhuma alteração: continuam eles em sua posição habitual, cabeças baixas, a pastar. Mas, passando de bike, todos, mas realmente todos, levantavam e ficavam nos observando!

Ver o mundo passar lentamente nos dá outra percepção da paisagem...

No quilômetro 44, chegamos ao Parque Santa Teresa, onde fica o Forte Santa Teresa. O lugar é realmente fantástico, há uma série de trilhas que levam a zonas de camping, de piquenique, um pequeno zoológico e praias. Aquela altura, o pedal sob os coqueiros e outras árvores (um verdadeiro bosque) foi muito bom, garantia uma sombrinha praticamente inexistente em todo o restante do trajeto (assim é o pampa, vocês sabem... nada de grandes árvores!). Circulamos calmemente pelo parque e paramos na Playa La Moza, em um mirante que ficava entre duas enseadas... Um lugar fantástico para nossa super-refeição: torradinhas, castanhas, passas e suco! rsrsrsrsr... Foi, certamente, o melhor almoço da viagem!

Alimentados, seguimos em busca do Forte Santa Teresa, que nos aguardava no alto de uma pequena colina próxima. Tanto espanhóis como portugueses sabiam bem onde construir suas fortificações: a vista é sempre muito privilegiada! E o Santa Teresa não foge à regra.

Foi muito bonito chegar, vendo o contraste entre o ocre dourado da antiga construção, o verde da vegetação e o azul intenso do céu. Paisagem para não ser esquecida!

Visita feita, retornamos para a Ruta 9. O passeio acresceu uns 6 ou 7 km ao trajeto.

Na Ruta 9, logo depois do parque, surge a estranha pista de emergência para aterrisagens: um trecho de alguns quilômetros, na estrada, em que é proibido parar, pois está destinado a eventuais pousos de aeronaves em situação de necessidade. Ainda bem que não presenciamos seu uso! rsrsrs...

E, loguinho, estávamos na entrada de Barra do Chuy (a praia/balneário), a 4 km do Chuy... 2 km mais adiante, a aduana. CHEGAMOS!

Na aduana uruguaya, dois simpáticos funcionários nos atenderam. Ficamos um tempo conversando, um deles super interessado nas bicicletas, no pedal, nos equipamentos. Nos contou que tinha uma Trek, e que também pedalava! Interessante como encontramos pessoas ligada ao mundo das bikes, ao longo desses últimos dias... Há uma revolução em curso, no mundo! rsrsrsr

Mais 2 km pedalados, e depois de 84 km, a fronteira com o Brasil se apresentou... Em terra brasilis, estava cumprida a missão! Foram 1.181** km pedalados, ao longo de 7 dias, além de 3 outros de descanso.

O que dizer? Faltam palavras, neste momento. A experiência foi enriquecedora, de uma maneira difícil de descrever... Pessoas, fatos, paisagens, movimentos, sentimentos, energias, tudo mesclado em uma combinação peculiar, única...

A bicicleta nos permitiu viver o mundo com uma intensidade improvável... E isso basta para que tenha valido a pena!

sábado, 7 de novembro de 2009

Off Road


Licao do dia: "O bom da vida é que os planos podem ser refeitos!"

Frase de hoje (duas):
"E por ali sao 11 km de estrada de chao!" (A)
"Nao é que o oráculo estava certo?" (S) (voces enderao mais tarde,quando eu falar sobre o oraculo...

E nao é que, já no final da viagem, ganhamos o dia perfecto?

Pois entao… como eu tinha dito anteriormente, acordei de madrugada com o forte vento. Depois do amanhecer, durante o café, ainda nao sabiamos como seria, mas nao confiavamos em nada muito bom… A boa notícia é que estava frio e nublado.

Mas logo na partida ja tivemos uma boa impressao: o vento, um pouco lateral, e forte, estava ajudando!

Pedalamos a beira mar em um belìssimo trajeto, seguindo pelo norte de Punta del Este, passando pelas praias de aguas revoltas, com todo aquele vento, passando por La Barra e rumando para José Ignacio…

O vento so melhorou! Tinhamos, entao: forte vento a favor (sudeste), as vezes um pouco lateral, frio e sem sol!

Saimos um pouco as cegas. Acontece que, no mapa quatro rodas,nao havia nenhuma estrada ligando Punta del Este a La Paloma; o GPS tambem indicava seguir pela estrada principal, Ruta 9,que liga Montevideo ao Chuy, e nao pelo litoral (beira-mar); mas tinhamos outro mapa,uruguayo,e tambem informacao de um atendente do hotel,de que havia a ruta 10, beira-mar,so que nao dava para chegar em La Paloma, por causa de uma baia… seria preciso fazer uma volta, antes de chegar em Jose Ignacio, saindo em directo a Ruta 9 e depois voltando…

Com essas informacoes, seguimos pelo litoral, ruta 10. Como disse, estrada belíssima,costeando as aguas… Ate que chegamos em Jose Ignacio, no empalme (trevo) que levava ao vilarejo, 37 km rodados, e paramos em um posto ANCAP. Enquanto fui ao banheiro, o Alex perguntou pelo caminho… Quando cheguei, ele disse: “Da para ir por ali, tem uma balsa que leva ate La Paloma…só que sao 27 km de estrada de chao…” Eu pensei comigo mesma “nao dá… vamos ter que fazer a volta”, enquanto ele engatou: “E por aquí,sao 11 km de estrada de chao!!”!!. Ou seja: nao tinhamos muita alternativa. Voltar (cerca de 20 km) era algo impensable, seria contra o forte e aumentaria o trajeto em uns 40,50 km… O negocio era fazer, de speed, um off road!

Escolhemos o trecho menor, de 11 km, e nos tocamos! O legal foi que,mesmo de chao,a estrada estava ótima, e foi praticamente só nossa, vazia! E o ventao a favor, cegamos a 27 km/h nela, acreditam?

Logo cegamos a ruta 9, e o vento so ajudando! No km 74, resolvemos parar e comer alguna coisa, mesmo sem sentir cansaco algum… E foi la que os planos mudaram!

EStavamos, como sabem, indo para La Paloma. Dariamos a volta na ruta 9, indo ate Rocha, depois voltando para a ruta 10, rumo ao litoral…Mas isso significava: 1) pegar o forte vento contra por uns 30 km,ate chegar a La Paloma; 2) que chegariamos meio tarde,talvez la pelas 17 horas, para ja ter que partir no dia seguinte; 3) que pouco aproveitariamos La Paloma, uma praia, ja que estava frio e que chegariamos no entardecer…

A primeira ideia foi: pedalamos ate Rocha, ficamos em um hotel, amanha vamos para o Chuy (faltariam uns 130 km…). Mas o pedal estava tao favorable, que mudamos novamente, e resolvemos seguir ate Castillos, cerca de 54 km adiante…Assim fizemos…

Estava tudo tao bom que,quando chegamos no km 100, era como se nao tivessemos pedalado praticamente nada…Alem das condicoes favoraveis do tempo,a ruta 9 esta bem boa,e quase nao tinha movimento.

Entramos na cidade de Castillos com 150 km pedalados, buscando por um hotel indicado no GPS. Andamos mais 4 km ate o centro… A cidade parece o velho oeste, tudo cheio de pó, super pequena… Mas foi bem legal chegar!

Imaginem so o contraste: num dia, em Punta Del Este, super-chique, vendo a Loja da Louis Vutton; no outro, em Castillos, procurando alguna venda onde pudessemos garantir o que comer! Rsrsrsr…. E tudo percorrido com nossas proprias pernas!

O pedal nos da a chance de ver os lugares de outro modo…e nos permite chegar a lugares nunca antes pensados… de que outro modo estariamos aquí? Nunca seria uma escolha… Mas aconteceu! E é muito legal poder ver as pessoas...

O hotel,embora pareca assustador por fora (rsrsr), é muito bom! Lembramos, inclusive, de nossa chegada em Chillán, no Chile, em maio…rsrsrs…Encontramos um mercado,temos provisoes, e amanha seguiremos rumo ao Chuy!

Pedalamos, hoje,154 km…com isso,cortamos umdia de viagem, faltam aproxidamente 70 a 80 km para o Brasil! A ideia é chegar por la amanha, dar uma passeada, e voltar para casa segunda!

Nos esperem com uma grande salada!! SEM AMIDO! rsrsrsr

Cidades - Salto

Rafael Faciolli




Como já falei antes, conhecemos o Rafael em uma cidade a uns 30 km de Montevideo, em sua peculiar loja ciclistica. Vale a pena conferir,quando passarem por lá! Pena que, de bike, nao podíamos levar muita coisa...rsrsr.... Ah, e aguardamos o pedal brasiguaio (ja que ele também pedala)! rs

Imágenes del Sur

Temos uma série de imagens temáticas da viagem, mas postá-las é extremamente demorado.

Por isso, elas vao surgindo aos poucos... Teremos, assim:

- Imagens dos trajetos - como devem ter percebido, a nós parece a parte mais relevante da viagem, pois só eles surgiram ate agora...rs

- Imagens das cidades - afinal, nao foi só pedal! rsrs... Também daremos, aos poucos, nossas impressoes.

- Bicicletas de Uruguay - fizemos uma serie de imagens de bikes no pais, as mais diversas e peculiares...

- Amigos perros - imagens caninas que surgiram ao longo da viagem.

- Hoteis & alimentos - como foi nossa vida nesses dias de pedal.

Algumas fotos estao no álbum: ">
Outros registros sem categorizacao também surgirao. E vamos comecar por um deles!

El pais con el nombre de un rio

Como diz a cancao, "llévame hasta mi casa, brisa del mar".

Uma homenagem a Patri!!

http://www.youtube.com/watch?v=tghWJXNalvw (video com a musica)

"El pais con el nombre de un rio
(Jorge Drexler)

Vengo de un prado vacío
un país con el nombre de un río
un edén olvidado
un campo al costado del mar lo
Pocos caminos abiertos
todos los ojos en el aeropuerto
Unos años dorados
Un pueblo habituado a añorar
Como me cuesta quererte
Me cuesta perderte
Me cuesta olvidar
El olor de la tierra mojada
La brisa del mar,
brisa del mar, llévame hasta mi casa
Un sueño y un pasaporte
como las aves buscamos el norte
cuando el invierno se acerca y el frío comienza a apretar
Y este es un invierno largo
van varios lustros de tragos amargos
y nos hicimos mayores esperando las flores
del Jacaranda.
Como me cuesta marcharme
Me cuesta quedarme
Me cuesta olvidar
El olor de la tierra mojada
La brisa del mar
brisa del mar, llévame hasta mi casa
Brisa del mar."

Vento!!

E hoy, acordei de madrugada com o forte vento! Pelo jeito, sera um dia longo... Tomamos cafe e vamos terminar de arrumar as coisas... Do salao, nao conseguimos ainda precisar ao certo a direcao do vento, mas achamos que nao esta muito favoravel.

Ao trabalho, entao, que temos de chegar a La Paloma!

Recuerdo de un olvido

Deixei de registrar ontem: no trajeto entre Montevideo e Punta, embora o dia tenha comecado nublado, depois de cerca de uma hora veio o sol! A paisagem assim, como mostram as fotos, ficou mais bonita!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A curva !




O dia prometia... Acordamos cedo, foi a primeira vez que um hotel oferecia cafe da manha antes das 7horas. As 6h30, estavamos la, preocupados em nao deixar faltar combustivel! rsrs...
Fazia frio e estava nublado. Para melhorar, as bandeiras do hotel, perfeitamente visiveis do salao do cafe, estavam completamente caidas, o que significava: NAO TEMOS VENTO!

Malas arrumadas, partimos. O tempo estava, realmente, otimo! O Alex ate botou o manguito!! Fomos curtindo a saida de Montevideo, a beira do Rio de La Plata. Lindo!

Depois de alguns quilometros, o Alex comentou: "Isso era o que faltava! Para mim, Montevidéo é muito melhor que Buenos Aires!!". Acho que ele tem razao.Claro, Buenos Aires é mais cosmopolita, mas Montevideo é muito mais simpatica, e tem aqueles cerca de 25 km de orla, que conhecemos de ponta a ponta, pois chegamos por um lado e partimos pelo outro. Além disso, a beleza das cidades também é feita das pessoas, e acho que os uruguaios, mesmo os da capital, neste ponto superam em muito sus hermanos do outro lado do Plata... Só fiquei em dúvida na comparacao com Santiago do Chile, que além dos chilenos, conta com a cordillera, ao lado... Enfim, fomos falando sobre as capitais del sur...

A viagem fluia tao, mas tao tranquilamente, que quase nao viamos o tempo passar. Sao cerca de 40 km, talvez um pouco mais, de paisagem urbana, a grande Montevideo e as cidades do entorno...Em uma delas, cujo nome nao lembro agora (mas depois descobrirei), conhecemos uma fantastica loja de acessorios e consertos de bicletas, do Rafael Faccioli. Mais tarde faco a propaganda. Na beria da estrada, uma tenda com equipamentos... Muito interessante, tive que parar! O Alex, que estava mais a frente, voltou, e vimos que havia uns coletes refletivos, que sempre procuramos para pedais noturnos... Perguntamos o preco: R$ 7,00 a unidade!!! Compramos 3 e, de brinde, ganhamos uma boa conversa com o Rafael que, alem de dono da lojinha, tambem pedala, e nos contou que havia feito cerca de 600 km, com um grupo, no feriado do dia 2, no centro do Uruguay. Me passou o cartao, eu dei o endereco do blog. Rafael,se voce passar por aqui, vamos ver se marcamos um pedal brasiguaio!!!

Fomos adiante. E, como eu dizia, muito leve o pedal! Só uma coisa me preocupava: em duas ou tres oportunidades, apareceu aquela famigerada plaquinha:proibido transito de bicicletas! Eu me perguntava: bem, se nao pudermos ir por aqui, por onde iremos? Mas nada aconteceu, e mesmo os locais de bike, que sao muitos, ignoravam a proibicao... Ate o quilometro 40,foi como se nao tivessemos pedalado nada. Paramos para uma fotografia com uma placa, o Alex olhou para o meu ciclocomputador e disse: "Nós já pedalamos tudo isso?". Pois é: tinhamos pedalado mesmo!

Estavamos tao descansados que passamos por um posto, e nem cogitamos parar. Eu sugeri uma parada, meio obrigada, no km 70, mesmo que estivessemos bem. Temos feito isso em todos os trechos: paradas obrigatorias, para pequenos descansos e alimentacao (fora o trecho 1, em que nao tinhamos comida! rsrs). A viagem, na verdade, tem servido como um aprendizado para distancias muito longas, ou periodos muito longos de viagem em que dependemos exclusivamente de nossos corpos: é preciso saber dosar,é preciso poupar. Mesmo que estejamos muuuito bem, convém nao exagerar muito na velocidade, mesmo que nao estejamos com sede, convem beber liquidos, mesmo que nao estejamos com fome, convem comer alguma coisa calorica, mesmo que nao estejamos cansados, convem parar... Tudo para que estejamos sempre bem! E esse dia, especialmente, foi assim: estavamos sobrando, mas viemos com toda a calma do mundo...rsrs... curtindo, mesmo, a viagem.

Parada feita, comemos algumas castanhas e amendoas com passas de uva e abacaxi, alem de suco e agua. Eu adorei a mistura das passas com as castanhas, amendoas e passas: super-calorica, mas nada pesada, portanto perfeita para seguir pedalando com energia! rsrsr...

Um pouco antes da parada, as coisas mudaram um pouco. O vento, que no inicio nao existia e que depois surgiu bem fraquinho, comecou a ficar mais forte. E contra! Mas a paisagem era tao bonita, e a estrada tao boa, que nao nos abalamos. Alias, o vento estava, tambem, um pouco mais fraco do que nos outros dias.

Ah, sobre a estrada: praticamente todo o trecho é duplicado, o acostamento é bom, e mesmo sendo proximo da capital, nao ha movimento muito grande, nada proximo de nossas estradas. Alem dos motoristas, extremamente educados!

Com um pouco mais de esforco, fomos adiante.Contra o vento, mas com o dia a favor! rsrs...

Assim, sem sentir muito o tempo e a distancia, chegamos em Punta Ballena (aquela, mesma, que da nome ao melhor alfajor do mundo!! rs), onde nos surgiu a primeira grande subida do trajeto. De seu topo, tivemos a primeira vista de Punta del ESte, foi algo bem emocionante. Era nosso ultimo trajeto mais longo, provavelmente nao teremos mais nenhum que supere os 100 km.

A partir dai, fomos curtindo a paisagem,e tirando mil fotos! No km 134, entramos na zona urbana... e fomos pedalando por toda a punta, dando a volta, fazendo turismo, para so depois irmos para o hotel.

Ao fazer a curva, literalmente saimos da orla de agua doce(Rio de La Plata) para a de agua salgada (Oceano Atlantico). TEndo descido os rios, agora vamos subir o oceano! rsrsr

A noite estava bem fria, mas - oba, oba!! - o hotel tem piscina termina e sauna! Assim, terminei meu dia as 11 horas da noite, entre uma piscina quentinha e uma saunda relaxante...rsrs...

Com o esfoco cumulado, tive um pouco de dor no joelho direito...Lembrei de um relato que li, de um aventureiro que fez de Brasilia a Buenos Aires, de caiaque (onde havia agua, obvio...rsrs) e queria descer o Rio da Prata,indo depois pelo mar ate Porto Alegre e Floripa. Foi barrado no Uruguai, por falta de autorizacao para ir pelo mar, entao comprou uma bike, mandou fazer um reboque, colocou o caiaque e seguiu por terra. Viajando sozinho, conversava com partes do seu corpo, que tratava como um pelotao.La pelas tantas, registrou: "Hoje, o soldado J.D. recuperou-se. O batalhao esta completo, denovo!". J.D. era o joelho direito! rsrsrsr...Espero que o meu soldado J.D. esteja recuperado, para que o batalhao, completo, possa seguir na guerra amanha, quando rumamos para La Paloma, sem saber ao certo a distancia.

Mais

Mais tarde vem o relato de viagem... agora, ha pessoas esperando para usar o pc.

Informacoes

Antes que eu esqueca, algumas informacoes objetivas

Trecho 06 - Colonia del Sacramento - Montevideo - 180 km, ate a entrada da cidade, 190 km ate o hotel. Postos de combustivel: entre os kms 55 e 60 (3 postos); no km 98. Bares: no km 33, quando comeca a duplicacao, e tambem no mesmo trecho dos postos, no entorno de colonia Valdense. A partir do km 130, comeca a ficar mais urbanizado, ha postos, agrupamentos urbanos e vendas ou bares mais frequentemente, ate a capital.

Trecho 07 - Montevideo - Punta del ESte - 134 km ate a cidade, 144 ate o hotel. Nos primeiros 40 km, varios postos de abastacimento. Depois, ha um posto no km 50, outro no km 68, e um restaurante no km 70. Depois, voltam a aparecer varios postos de abastecimento a partir do km 110, mais ou menos. Mas, em caso de necessidade, e so sair da estrada principal e entrar em algum dos varios balnearios ou pequenas cidades do trecho, todo povoado!

Momentos vividos!


Licao do dia: "De cada momento vivido é possível extrair uma experiencia util para o futuro".

Frase do dia: "Ja andamos tudo isso?" (A)

Marcos


Esqueci de registrar antes, mas no Hotel, em Montevideo, fechamos os 800 km (um pouco mais...) e, ontem, a caminho de Punta del Este, atingimos os 900 km! Faltam, agora,supostamente menos de 300 km! Supostamente, porque os mapas nao estao assim tao precisos, e o GPS as vezes falha um pouco...rsrs... Mas e quase nada. Ja demos a volta nas aguas dulces, agora entramos nas aguas salgadas del Uruguay!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Un día (quase) perfecto!


Antes dos registros, duas informacoes: (1) estou digitando no word uruguayo, que faz correcoes de minhas palabras, de modo que algumas estarao em español; (2) o teclado nao admite certas acentuacoes, e nao tem cedilha, o que fara com que algumas palabras fiquem meio extrañas…


Licao do dia: “Nem sempre as predicoes se confirmam”

Frase do dia: “É isso aì! Vamos comendo os quilometros um a um…” (S)

A previsao para o dia da viagem entre Colonia Del Sacramento e Montevideo nao era la muito boa. A temperatura, sim, entre 10 e 20 graus, mas havia registro de vento com certa forca (24, 25 km/h) e de chuva, mais para o lado da capital.

Com essas informacoes, fomos dormir, esperando mais um dia difícil…

Mas nao foi bem assim. Estava, sim, bem friozinho quando acordamos e partimos, mas havia ate um solzinho insistindo em aparecer. O vento estava por la, mas (olha so minha sensibilidade) era sudoeste, e, como estavamos indo para leste, ele ficava lateral, e ate ajudava um pouco. Nao estava uma beleza, como vento a favor, nem quando nao ha vento, mas muuuito melhor que nos dois outros dias.

A estrada, Ruta 01, uma das principais do Uruguay, ate que era bem razoavel. Pela primeira vez tinhamos acostamento, e por um bom trecho no mesmo padrao da estrada, sem desnivel (como a estrada do mar). A partir do km 30, a estrada esta duplicada, exceto num pequeño trecho de cerca de 5 km, entre os km 55 e 60, aproximadamente, quando ela passa pelo povoado chamado Colonia Valdense.

Por ali, paramos um pouco num posto Petrobràs (que, alias, tomou conta do Uruguay), e foi onde conhecemos o Sr. Josèlio (se entendi bem seu nome…), um frentista super simpatico que ficou batendo papo sobre a viagem e nos contando de seus conhecidos no Chuy. As pessoas sao muito simpaticas, disponiveis e atenciosas, geralmente, por aquí. Vinte minutos de parada, algumas castañas e passas, e seguimos adiante.

Fomos assim, muito tranquilos, com boa temperatura e sem grandes obstáculos, ate o km 77, exatamente quando uma placa registrava 103 km faltantes para Montevideo. Ai, o vento deixou de ser lateral, e ficou frontalmente contra… E essa e a pequena parte do dia que nao o permitiu ser perfecto para pedalar! Rsrs

Fomos de novo, tipo lesmas do asfalto, em um pedal bem causativo. Sorte que o vento nao parecia, mesmo, tao forte como nos tres ultimos dias. Alias, o dia de parada em Colonia foi providencial, pois foi o de vento mais forte, acho que seria imposible seguir com aquelas condicoes.

Ah, a estrada tem uma particularidade… ela vai marcando, quilometro a quilometro, a distancia faltante para Montevideo. E isso pode ser, as vezes, angustiante. Acho que cada um tem uma maneira de lidar com as longas distancias, no pedal. O Alex nao gosta de olhar o odometro. Ja eu, de tempos em tempos, vou olhando, gosto de saber a velocidade, a distancia faltante, etc. Assim, costumo dividir a distancia em trechos de 10 km. Quando chego, por ex., no 10, penso: ja estamos praticamente no 20! E assim vou. Mas ali, ficava imposible nao olhar para as placas! Entao, so vinha uma ideia na minha cabeza: “vamos comendo os quilometros um a um!” E e isso! Com paciencia, em algum momento atingimos o objetivo! rsrsr

Uma paradinha no km 98, onde “almocamos” um sanduiche de medialuna com suco de naranja. E mais vento contra, ate por volta do km 130, mais ou menos.

A partir dai, o vento continuou contra, mas diminuiu de intensidade. E a paisagem urbana comecou a surgir, mais carros, mais casas, enfim, mais distracao. Paramos um pouquinho justamente nesse ponto, em uma parada de onibus, ficamos alguns minutos, comemos chocolates com gatorade (ECA !!!) e seguimos adiante.

La pelas tantas, passamos por um caminhao vendendo sacos de batatas (5 kg, acho). Disse o Alex: “Vamos comprar batatas! Precisamos de carboidrato! Kkkk… Se bem que a gente combinou nao comer carboidrato hoje…”. Eu respondi: “É… É somente isso que nos impede de comprar dois sacos! Rsrsrsrs ». Imaginem a cena : cada um com um saco de batatas sobre as mochilas…

O fato è que NAO AGUENTAMOS MAIS COMER CARBOIDRATOS! Nem Gatorade! Abaixo as massas e paes! Rsrsrs…

Mas deixa eu contar o final do trajeto.

Ate o km 130, a estrada estava bem calma. No trecho duplicado, o acostamento nao era tao bom quanto antes, mas dava tranquilamente para pedalar sobre a pista, quase nao passavam automoveis, e todos eles (com excecao de um caminhao) abriam para a outra pista, ao nos ultrapassar.

A geografia, desde a saida ate o km 140 è de coxilhas, subidas e descidas interminaveis, mas um pouco mais leves que as do trecho anterior. A partir dai, tudo muuuito plano!

Entao, o pedal voltou a ficar mais facil: vento mais fraco e tudo plano. Mas o movimento comecou a aumentar.

Passamos por algumas localidades do entorno de Montevideo e por um pedagio, apos o qual havia uma ponte. Seguimos por ela ( e nao vimos outra alternativa) ate surgir uma placa que proibia transito de pedestres e de bikes. Nao dava nem para dizer que nao haviamos entendido, pois nao era escrita, mas com imagen (aquela velha, a bicicleta e uma faixa sobre ela…). Mesmo assim, seguimos… Uma pequena infracao. Mas dava tranquilamente para passar, tinha acostamento bom.

Rumo a Montevideo, entao. Faltando uns 10 km, visualisamos pela primeira vez a cidade!! Fiquei, mesmo, muito feliz! Os trechos mais dificeis estavam completados!

Aumentamos a velocidade e chegamos à entrada da cidade, exatamente no km 180, com 8h35min pedalando (sem contar as paradas).

Optamos por circundar a orla, para chegar ao Hotel, o que importava em alguns quilometros a mais, para fazer turismo. A vista estava realmente lindíssima, valeu a pena o acréscimo! Pegamos um entardecer fantástico a beira dagua!

A cegada ao hotel foi super tranquila. Eu diria que este foi o dia menos desgastante para os dois, a pesar de ter sido a mayor quilometragem. Isso em funcao do clima, que ajudou muito.

Hoje, faz frio em Montevideo, e vamos passear (caminando, por obvio, porque o nosso turismo esta sendo feito, ao menos por aquí, sem combustible fóssil! Rs).

Ao passeio!

Imagens do quarto dia




O dia de chuva e vento intenso!

Imagens do terceiro dia



Vamos reduzir o numero de imagens... porque a postagem esta muito demorada! rs

O terceiro dia, com chuva e vento!

Imagens do segundo dia




Outro dia quente, de Salto a Paysandu. Imagens do hotel (muito legal) e da viagem.

Imagens do primeiro dia




Alguns registros fotograficos do primeiro dia de sol escaldante, sem comida e sem agua, mas com paisagens belissimas!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Marco!!


Com a chegada em Colonia del Sacramento, atingimos um marco: ultrapassamos a metade da quilometragem da viagem!


Estamos com 605 km percorridos!

A comemoracao e o dia de descanso, por aqui. A cidade é muito legal, o centro historico fantastico! E até uma Patricia rolou ontem (nao para mim, óbvio...rsrs.... :-P)

Mais informacoes

Para futuros pedais, as informacoes.

Trecho entre Dolores e Colonia Del Sacramento - 147 km (ate a entrada da cidade, + 3 km ate o hotel*). Postos de combustível: nas cidades de Nueva Palmira (km 58) e Carmelo (km 70) (mas em Nueva Palmira, quando passamos, o posto estava fechado, acho que por ser domingo); na estrada, no km 98 e no km 103. Bares: tambem nas cidades.

Be Strong!

Licao de hoje: "Nao se pode ter tudo!"

Acordamos em Dolores com o som da chuva... Mas, durante o café, ela sumiu. Arrumamos as coisas (que haviam sido tiradas todas das mochilas, em funcao da chuva anterior) e partimos la pelas 9h30min.

Na saida, tudo tranquilo, tempo nublado, sem muito vento. Mas 5 km depois, chuva! Botamos as capas e seguimos sob agua ate Nueva Palmira, no km 48. A estrada estava ótima, entao, apesar da chuva e de um pouco de frio, tudo bem.

Nueva Palmira e uma cidadezinha interessante, meio perdida no tempo. La, obtivemos informacoes com um casal de velhinhos muito simpaticos, que nos recomendou conhecer o porto e as praias locais.

Isso é algo interessante, no Uruguai, sobre o que eu nao havia pensado ate agora. Sou praticamente uma ribeirinha, velha conhecida das barrancas do Rio Uruguai (la do noroeste do Estado, onde nasci), mas nao tinha com o rio a relacao que os uruguaios parecem ter. O Rio Uruguai é realmente muito importante para eles, as principais cidades da regiao estao em suas margens e, como todo ele e fronteirico (com a Argentina), elas tem aquelas particularidades dessas zonas, especialmente os free shops. Alem disso, ha muitas praias de rio, a zona balnearia é super-valorizada... Ficamos com vontade de voltar com mais tempo.

Mas voltando a viagem: a partir de Nueva Palmira, a estrada ficou horrível! Pedalamos alguns kms com vento contra (eu já imaginando como seria ir assim por muuuuitos quilometros), quando surgiu um trevo com abencoada mudanca de direcao... O vento ficou favoravel, a estrada nem tanto... Mas nao havia praticamente nenhum movimento, o que e sempre positivo quando se tem que pedalar em cima da estrada.

Seguimos assim ate a lindinha cidade de Carmelo, a beira de um Rio. Um pouco antes dela, la pelo km 50, o vento mudou... Estava meio lateral, no inicio, quando estavamos nos aproximando da cidade, que beira o Rio da Prata, e tem haras, vinícolas e campos de golfe. O entorno dela e muito bonito, mesmo!

Paramos para almocar em uma parada de onibus: torradinhas, castanhas e gatorade! Muuito bem alimentados (rs), seguimos.

Passada a cidade, a estrada ficou muito boa, mas o vento aumento muito e ficou frontalmente contra, especialmente a partir do km 70.

A partir dai, foi uma verdadeira luta, que exigiu muuuita forca (o teclado nao tem cedilha, viu, gente!rs)! A gente praticamente nao podia parar de pedalar, senao a bicicleta parava, mesmo nas descidas. Foram poucas as descidas em que pudemos descansar...

Assim, muy lentamente fomos nos arrastando rumo a Colonia. Lembrei de um grupo que vimos na internet, o "Lesmas do Cerrado" (que, na verdade, reune pilotos de scooters, mas cuja denominacao parecia adequada para nos qualificar naquele momento). Comecei a ficar preocupada, porque canso muito nessas condicoes (pedal muito lento) e porque parecia que chegariamos muito tarde, naquela velocidade.

Com algum esforco, conseguimos manter uma media proxima a 20 km/h (fantastica, para as condicoes do tempo), mas eu cansei muuuito. Nao tenho habito de comer doce, mas aquela altura tudo que eu imaginava era comer um chocolate... Algo impossivel, conhecidas as condicoes das estradas uruguaias, praticamente sem postos nas estradas. Ate que, como uma miragem, no alto de uma colina, no km 98, surgiu um ANCAP (estación de servicios)!!, bem estranho, a loja era em um conteiner! La, o paraiso dos alfajores baratos: compramos 4 alfajores grandes e dois pequenos, mais uma coca-cola, por R$ 8,90!

Alimentados de doces, seguimos rumo a Colonia. Pelos meus cálculos, faltavam 46 km de luta, mas era um pouco mais, na verdade...

Nao mencionei antes, mas de Dolores em diante, a geografia é muito similar a do entorno de Ijui. As velhas e boas coxilhas, com sequencias de subidas e descidas... so que contra o forte vento!!

Sequencia de subidas e descidas resignadas, lentas... E, para finalizar, veio a chuva, de novo (faltando cerca de 25 km para a chegada), só que desta vez estava mais frio. Ainda bem que eu havia colocado o manguito, no almoco. Parei para colocar a capa, mas o Alex nao... seguiu se molhando.

A chuva nos acompanhou por 5 km, mais ou menos. Foi quando apareceram os dois ciclistas locais, com suas speeds, uma Trek e uma Lemond. Passaram no sentido contrario, a cerca de 20 km da cidade, a favor do vento... Nos viram, nos cumprimentaram, seguiram um pouquinho mais e fizeram a volta. Nos alcancaram e nos passaram... Quando estavam alguns metros a frente, o Alex veio para o meu lado e disse: "Vamos pegar aqueles caras!" e saiu numa desabalada corrida! Imaginem: os caras haviam pedalado 20 km a favor do vento, solos; nós, estavamos pedalando ja a 127 km, sendo que destes pelo menos 57 com muuuuito vento contra, como mochilas e bagageiros. Vamos lá!! rsrs... A velocidade, contra o vento, subiu para cerca de 30 e poucos por hora... fomos alcancando os ciclistas, que comecaram a olhar para tras...rsrsr... acho que ficaram preocupados! rs... Eu, com a capa de chuva (e ja nao chovia mais...) estava ensopada, parecia uma sauna... Acabei convencendo o Alex a desistir, ate porque o discurso de pedal leve, para nao haver problemas fisicos para os proximos dias, era dele, nao meu! rs...

De qualquer forma, a carreira foi legal para adiantar um pouco a chegada. Depois de uns 10 km em ritmo forte, baixamos para cerca de vinte e poucos por hora, e assim fomos ate a chegada, la pelas 19h30min.

O dia foi muito intenso. Para mim, o mais cansativo. Nao havia sol, nem calor, o que é ideal para pedalar, mas em contrapartida havia o vento... Para o Alex, o dia mais dificil foi o primeiro. Para mim, foi este.

Ainda assim, nao podemos reclamar: quando estava muito quente, o vento estava a favor; quando estava nublado, o vento estava contra. Ou seja: um evento climatico acabava compensando o outro. Imagina se fosse calor e vento contra!!

O negócio e ir testando os proximos limites, e ser forte! Esse o objetivo! rsrs

Frases do dia


Alem das licoes diarias, pensei tambem em compartilhar a frase do dia. O critério para escolha é o quanto, em poucas palavras, resume-se o dia. Como somos so dois, fica relativamente fácil escolher...


1. Frase do primeiro dia: "Parece que a gente ta pedalando para o fim do mundo!" (A).


2. Frase do segundo dia: "!Una estación de servicios!! VAMOS PARAR!!" (A)


3. Frase do terceiro dia: "Pedalar contra o vento é uma m...!" (S).


4. Frase do quarto dia - acho que devem ser tres -
4.1. (Na verdade, um pequeno diálogo): - "Vamos ter DUAS noites em Colönia!!" (S) - "Nao sei nem o que vamos fazer com tanto tempo!" (A)
4.2. "Pode vir, vento, que a gente vai chegar!!" (A)
4.3. "Vamos pegar aqueles caras!!" (A) (voces entenderao melhor depois...)

domingo, 1 de novembro de 2009

Informacoes relevantes

Antes que eu esqueca, para futuros viajantes, algumas informacoes objetivas:

1. Trecho entre Bella Unión e Salto - 150 km. Posto de combustíveis: nenhum! Bares: dois, la pelo km 50, so que fecham entre 12he 15h. Estrada vazia, mesmo casas a beira do asfalto sao raras. Para ficar, melhor a cidade de Salto do que as termas de Dayman (estancia hidromineral, mas que nao tem, fora os hoteis, melhor estrutura);

2. Trecho entre Salto e Paysandu - 120 km. Postos de combustível: 2 no entorno de Salto (ao lado da cidade, praticamente), um no km 43 e um no km 113** (correcao da postagem anterior, onde havia referido a 103 km). A estrada tambem e vazia, quase sem casas, mas um pouco mais habitada que a anterior.

3. Trecho entre Paysando e Mercedes - 135 km. Postos de combustível: 1, no km 58 e um no km 105 (aproximadamente, no entroncamento para Mercedes). Bar: um, no km 53 (possivelmente feche entre 12he15h).

4. Trecho entre Mercedes e Dolores - 37 km. Postos de combustível: nenhum. Bares: nenhum. A estrada é linda! rsrsr

Tudo muda

Licao do dia: nao confiar em mapas rodoviários! rs

Estamos, ja, de saída para Colonia de Sacramento, onde espero ter um pouquinho mais de tempo para escrever sobre a viagem.

Agora, so vou fazer um pequeno relato...rs...

Bem... se os dois primeiros dias foram de calor intenso, o terceiro foi absolutamente diferente. Saimos por volta das 8 horas de Paysandu, o tempo estava nublado e muito ventoso... Alguns quilometros na estrada principal (ruta 2, se nao me engano) e dobramos para uma secundária, rumo a Mercedes. A estrada estava bem vazia, mas era ruim, cheia de buracos, mesmo em cima da pista (ate porque nao havia acostamento! rs). O vento ficou contra, mas fraco... assim, nao estavamos pedalando tao rapido como nos dias anteriores.

Por volta do km 40, chegou a tempestade! O tempo fechou mesmo, tudo escuro, tivemos que ligar as luzes (e eu coloquei a capa de chuva). O vento contra aumento. Fomos assim ate o km 58, sem muita velocidade, quando chegamos em um posto (a chuva ja havia parado). E o unico posto de combustiveis entre Paysandu e Mercedes, que fica a 135 km. Havia tambem uma vendinha, no km 43 (estava aberta quando passamos, mas lembrem da sesta... dependendo do horario, pode nao funcionar).

A partir dali, a estrada melhorou e o vento ficou a favor. Pedalamos muito rápido ate o km 103, mais ou menos (acho que fizemos o trecho total, incluindo a parte lenta e a rapida, em 4h50min, exatamente uma hora a mais que no dia anterior, para a mesma quilometragem...), e ai chegamos no entroncamento para Mercedes. Foi fazer a curva e bateu um vento que quase nao me deixava pedalar... as descidas (das boas) eram feitas a 18 km/h!! Logo depois da curva, completamos os 400 km pedalados, ou seja, cerca de 1/3 da viagem.

Foram os 15 piores km de pedalada (talvez da minha vida! rs) ate Mercedes. Paramos na entrada da cidade para avaliar as coisas, pois as informacoes de distancia do mapa nao fechavam com o que haviamos pedalado, entao nao tinhamos ideia de quanto ainda teriamos de andar... e ja eram cerca de 4 horas da tarde... Poderiamos tentar algum hotel por ali mesmo (mas os que eu havia encontrado na internet nao tinham vaga, em funcao do feriado...), o que nos daria um trecho maior para o dia seguinte (nao sabiamos exatamente qual, pq no mapa era uma coisa, e, segundo uma placa, 180 km...) ou ir para Dolores, onde havia reserva de hotel, e menos pedal para o outro dia... mas seguir os cerca de 40 km previstos pelo gps (que tb nao estava assim tao preciso) com aquele vento seria terrível! Resolvemos seguir.

Nao havia placa de indicacao para dolores, entao paramos num posto, onde obtivemos a informacao e seguimos. FOI A MELHOR OPCAO. O vento ficou a favor e a estrada E LINDA! Foi o melhor trecho pedalado...

Mas, para finalizar, adivinhem: nos ultimos 5 km, voltou a chover (era, na verdade, tempestade!), tudo preto, os pingos chegavam a doer...

Chegada em Dolores: 172 km! Nao confiem no mapa 4 rodas Mercosul! rsrsrs...

Tudo bem, so ensopados e cansados (eu, pelo menos, em funcao do vento contra). Para mim, foi mais cansativo que nos dias de sol intenso, canso muito de pedalar lentamente... Para o Alex, o dia foi melhor, porque a temperatura estava mais amena, e a chuva as vezes tambem ajuda (eu passei frio no ultimo banho, pq nao quis colocar a capa...)

Mercado, jantar e cama...

Dolores é uma cidade pequena, °"el granero de Uruguay", com fazendas muito bonitas (a cidadezinha tambem).

Hoje seguimos para Colonia de Sacramento, que deve estar entre 108 km e 150 km (segundo nossas diversas fontes...rsrs), onde ficaremos por dois dias.

!Suerte!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais um pouco de sol

Rapidamente: o segundo trecho foi muito similar ao primeiro, em sol. Um verdadeiro inferno.

So que: 1) o trecho era menor (150 km x 120 km); 2) levamos mais que o dobro de liquidos (aprender com os erros é tudo! rsrs); 3) havia dois postos, no km 33 e no km 104, que ajudaram. Calculo que devemos ter tomado, somente durante o pedal (fora tudo o que consumimos depois de chegar) uns 8 litros. Depois conto melhor.

Mas quase torramos, de novo. Saimos meio tarde, em funcao do dia anterior... Enfim, resumidamente foi assim: muito sol, muito calor, poucos postos, vento a favor a maior parte do tempo, mas uma geografia nao tao plana: coxilhas e coxilhas, aquele sobe e desce nosso velho conhecido!! rs

Chegamos as 17, ja jantamos e estamos indo dormir.

Ate mais!

Viagem ao fim do mundo!


Licao do dia: nem todo o planejamento do mundo pode impedir que enfrentemos nossos destinos!! rsrs


Tudo planejadinho, desde a saída de casa... mas uma serie de coisas foram dando errado, ao longo do dia de partida, e acabou que nao saimos para Uruguaiana, como previsto, para partir cedo no dia seguinte. Como só nos liberamos muito tarde, resolvemos ficar e partir no dia seguinte. Entao, acabou sendo: acordar as 5 da manha, partir para Uruguaiana, chegar, comprar pesos uruguaios, ir para Barra do Quaraí, colocar as bikes no chao, passar pela aduana e, finalmente, partir! Adivinhem: isso acabou acontecendo as 12h45, horário brasileiro, 11h45, horário uruguaio.


Mas antes da partida propriamente dita, há alguns registros interessantes.


Primeiro: tomamos café as 5 da manha, antes de sair. As 9h30, em Uruguaiana, por insistencia minha, passamos em um posto e fizemos um lanche (tinha medo de nao encontrar nada em Barra do Quaraí).


Segundo: na aduana, conhecemos um funcionário muito legal, que nos contou que varias pessoas passam por ali, com histórias interessantes. Ja havia conhecido gente que estava fazendo toda a America Latina de bicleta! O que revela que nós somos fichinha!! rs. Tambem nos contou de suas proprias aventuras, de bike e moto: havia feito do Cassino ao Chuí, de bicicleta, pela areia, e o Chile de moto.


Bem, bem, vamos a viagem.


Na aduana brasileira, tudo tranquilo, fizemos a declaracao, trocamos de roupa e saimos. Atravessamos a ponte e chegamos a aduana uruguaia, onde fizemos o registro de entrada.


"!Si, por supuesto!" - foi a resposta que tivemos de um funcionário da aduana uruguaia, quando perguntamos se havia alguma "estación de servicio" nos quilometros que nos separavam de Salto, o destino planejado para o dia.


Estava muito, mas muuuito quente. E saimos no pior horario! Mas tudo era festa, naquele momento. O inicio foi incrivelmente plano, como eu nunca tinha visto nos pedais no Brasil. Com vento a favor! O pedal fluia muito tranquilamente, estavamos muito rapidos! rs. Por volta do km 30, comecaram a surgir algumas ondulacoes, mas nada nem proximo de Ijui! rs. Entre o km 50 e o km 100, elas aumentaram um pouco, mas nada assustador, pelo contrário, ainda mais com vento a favor.


Ah, e quase nenhuma viva alma na estrada, nem casas no entorno, o que nos permitiu pedalar quase todo o trajeto na pista, sem nenhum risco, o verdadeiro paraiso do ciclista!


La pelas tantas, disse o Alex: "estamos indo para o fim do mundo!!". E parecia...


Mas havia tres problemas: 1) sol intenso; 2) aquele lanche das 9 horas foi nossa ultima refeicao antes do destino; 3) falta de agua.


Pois e... o tal posto de gasolina, estacion de servicio, que nos havia prometido o funcionario da aduana SIMPLESMENTE NAO EXISTE entre Bella Unión e Salto! Nao ha nenhum posto na ruta, somente em cidades que exigem sair dela. Ha um pequeno vilarejo onde se encontram dois botecos, mas adivinha: passamos por la na hora da sesta, entao estava tudo fechado! La pelo km 80, encontramos um caminhao parado que foi nossa salvacao: o motorista nos avisou que nao havia nada, nenhum posto adiante... e nos deu AGUA!! (quente, mas água...rs). Ironicamente, um caminhao que transportava gado... o que tambem revela nosso desprendimento e absoluta necessidade, pois a caixa de agua ficava abaixo dos animais...rsrsrsr...


Reabastecidos, seguimos, ainda sob sol forte. Seguindo orientacao do motorista amigo, paramos no Rio Arapey, e descemos ate ele, ficamos embaixo da ponte dando um tempo. Paisagem linda, foi bem legal. Retomamos o pedal por volta das 5 horas (uruguaias), mas o sol ainda estava muito forte.


Sem comida, dividimos os dois saches de gel que eu havia levado... Eu nao estava com fome, mas o Alex sim! rsrsrs.... Ai, ele foi ficando cansado, cansado... Paramos um pouco mais adiante, de novo, e comecamos a racionar a agua, que ja estava faltando de novo...


Agora ja esta na hora de eu ir dormir, porque amanha, sim, devemos partir cedo (licoes aprendidas!!), entao conto em mais detalhes os dias depois.


Em resumo, por enquanto, o fato é que chegamos em Salto por volta das 20 horas uruguaias, ja escuro. Tinhamos hotel reservado em Termas de Dayman, 10 km adiante, mas resolvemos nao ir. Conseguimos um hotel legal em Salto, finalmente jantamos (saimos da janta as 12h30, mais ou menos) e cama!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Minimalismo III


Bagagens prontas!!! Vocês acreditam? Nem eu! ;-)

Minimalismo II



Vestuário mínimo, leve e de fácil secagem! Vamos ver o resultado final! rsrsrs

Minimalismo I


Minimalismo, mesmo, na necessaire!! Poucos artigos, pequenos e leves! Adeus vaidade! rsrsr

Declarações e tempo


Sobre a declaração para saída temporária de bens do Brasil: ela deve contemplar as bikes e os equipamentos eletrônicos (como gps, máquina fotográfica, ciclocomputadores, etc.).

Sobre o clima: apesar da grande variação de temperatura, em minha opinião o tempo está ajudando!! rs

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Aduana

Embora desorganizada, sou metódica e, geralmente, rápida! rs...

Seguem, abaixo, informações sobre a Declaração de Saída Temporária de Bens, para saída do Brasil. É o que importa, nesse momento. Se alguma compra for feita no exterior (eu é que não pretendo ficar carregando lembranças físicas, mas, vá lá...rsrsr), na entrada também deve ser preenchido formulário similar (Declaração de Bagagem Acompanhada). Consultas podem ser feitas no site da Receita Federal do Brasil

"Bagagem Acompanhada – Procedimentos na saída do Brasil

Os residentes no Brasil, em viagem temporária ao exterior, que portarem, como bagagem, bens que possam estar sujeitos ao pagamento de tributos quando retornarem ao Brasil, principalmente os de elevado valor – tais como notebooks e câmeras fotográficas –, devem declará-los junto à Alfândega do local de saída do País, utilizando a Declaração de Saída Temporária de Bens (DST), que deverá ser apresentada em duas vias, para assegurar o retorno desses bens sem pagamento de tributos, ainda que eles sejam portados por terceiros, independentemente do prazo de permanência no exterior e das razões de sua saída.

Uma vez declarada a sua saída, o viajante não precisa declarar esses bens à Aduana ao retornar ao País, mas ele precisa manter a DST em mãos, pois ela pode ser solicitada pela fiscalização."


Planejamento metódico-desorganizado

Algum tempo sem escrever (mas não sem pensar...rs) sobre a viagem, volto com um acúmulo de temas, informações e, sobretudo, dúvidas! (rs)

Viajar por uma país estrangeiro, por um período relativamente longo e utilizando um meio de transporte nada convencional, para a distância, exige que se passe por uma série de pontos, que vão do trajeto ao clima, passando por alimentação, assistência médica, hospedagem, bagagem, alfândega...

Enfim, uma série de coisas que precisam ser, no mínimo, pensadas, para que exista chance de êxito! rs...

Eu - vocês me conhecem - adoro viagens não planejadas, em que se vai curtindo o caminho, sem lugar certo para parar... Mas, nesse caso, preferi não arriscar, e cedi ao (parcial...rs) planejamento. Embora possa parecer paradoxal, sou uma desorganizada metódica, então dividi a necessidade em alguns pontos (alguns dos quais já enfrentados, em pormenor - papel de minha parcela obsessivo-compulsiva - outros ainda não - papel da parte confusa de minha personalidade...rs):

1. Aduana - ainda pendente (rs), exige algumas providências para entrada no país vizinho de alguns bens, como eletrônicos, para que depois o reingresso não seja problemático;

2. Hospedagem - embora já houvesse definição quanto às cidades prováveis de parada, não havia me preocupado com o local de hospedagem... até ontem, quando me dei conta que parte da viagem é atravessada por um feriado!! Assim, optei por fazer reservas de hotéis, para evitar problemas (que já se apresentavam, pois no feriado foi bem difícil...rs), e também porque a medida pode ser um grande estímulo ao cumprimento dos trajetos previstos (rs)! Também foi interessante fazer isso, porque algumas modificações no roteiro tiveram de ser feitas, dada a dificuldade de conseguir hotéis em determinadas cidades... As reservas estão, digamos, 70% feitas, até Montevidéo. Devo finalizar as demais hoje.

3. Alimentação - a opção é a de prover a alimentação nas cidades de parada, pois ficaria complicado carregar muita coisa... Ainda assim, pretendo levar alguns sachês de gel, para os períodos de pedalada mais longa. Estou com um pouco de medo de me dar muito mal, e ter de viver só de medialunas e alfajores, naquela terra de carnívoros!! (rsrsr)

4. Clima - no período em relação ao qual já há previsão, registra-se grande variação de temperatura, que deve oscilar entre 10º e 35º C. Isso exige que se pense em roupas de ciclismo e "roupas normais" para o calor e no frio. Para o pedal, pretendo levar uma bermuda, uma calça, duas blusas, manguitos e duas jaquetas (corta-vento e chuva). Para a "vida social" (rs), absoluto minimalismo: duas camisetas dry fit manga curta, uma manga longa (porque elas secam rápido), duas calça legging e um mini-vestido de malha (pequenos e leves) e uma jaqueta (leve), além de um tênis. Pode parecer muito, mas, como sou pequena, e as opções são todas de pouco volume e peso, no final tudo vai caber em um pequeno alforje!! Se vocês duvidam, vou fotografar amanhã, quando a mala estiver pronta! rsrsr... A parcela masculina ainda não está definida, mas deve ser ainda menor, em peças, porém maior em volume (há suas desvantagens, no tamanho...rs).

5. Bagagem - a bagagem deve ser muuuuito leve, pois serão muitos quilômetros a percorrer. A opção foi usar um bagageiro, com um alforge, e uma pequena mochila de hidratação (com alguns compartimentos extras). O peso deve se concentrar no alforge, e não ser muito expressivo. Minimalismo, como disse, em tudo, o que implica abandonar certas vaidades (bem, bem... acho que isso não é nada difícil para mim, não acham?). Poucas roupas e sempre leves. Alguns itens básicos de higiene (a imprescindível escova de dentes!!, protetor solar e... pelo menos um creminho!! rsrsr), medicamentos (para dor...rsrsrs) e líquidos! Acho que era isso!! Vamos ver como nos saímos.

6. Assistência médica - por via das dúvidas, foi feito um seguro de viagem, contemplando assistência médica, farmacêutica e eventual remoção para o Brasil... espero que seja um absoluto desperdício de dinheiro!! rsrsr...

Aos poucos, vou contando, em mais detalhes (ehhh, pessoinha que escreve, essa! rsrs), sobre esse planejamento meio concentrado e frenético dos instantes que antecedem o momento da partida...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Um pouco de poesia


É preciso ver o mundo com os próprios olhos, pisá-lo com os próprios pés! Viver a experiência humana em sua plenitude, colocar-se sob a chuva e o frio, aquecer-se ao sol... Saber a cor, o sabor, o cheiro e a textura dos lugares, das pessoas, dos sentimentos...

Na verdade, viver o mundo com o próprio corpo, não por lentes ou percepções alheias...

E é preciso arriscar para viver com prazer!

É um pouco dessa centelha vital que buscamos... Para alimentar a alma!

O Kielig falou sobre isso, no ciclismo de longa distância. Vale a pena ler! (http://audaxlajeado.blogspot.com/2009/10/filosofia-barata.html)

Enfim, depois da inspiração poética, é bom começar a lidar com os aspectos práticos, pois o tempo urge! rsrs

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O mapa


Para dar uma idéia das andanças pelo Uruguay, o mapa! Tudo isso para convencer alguns parceiros a aderirem ao projeto! rsrs... Alguém topa?

O roteiro


O roteiro inicial foi dividido em pequenos trajetos, sendo que a distância máxima a ser percorrida, num dia, é de 180 km. Mas tudo ainda está sujeito à revisão. Alguma sugestão? ;-)

O planejamento


A idéia central era: vamos fazer cicloturismo! A proximidade com a fronteira e a conhecida tradição ciclística do país vizinho determinaram a escolha: pedal pelo Uruguay!

O Uruguay (escrito com "y", mesmo, na grafia española, em homenagem aos hermaños)é um país pequeno e fundamentalmente plano, com diversos pontos turísticos interessantes. Cercado de água por todos os lados, exceto na fronteira norte, com o Brasil, oferece desde termas calientes, no noroeste, até lobos marinhos, na costa oceânica, passando por sítios de interesse histórico e por cidades badaladas. O projeto envolve conhecer um pouco de tudo isso, cruzando praticamente toda o a zona limítrofe aquática (será que a expressão faz sentido?)uruguaia (Rio Uruguay, Rio de La Plata e Oceáno Atlántico), de bicicleta.

Definido o destino, mãos à obra: é necessário planejamento! Um esboço inicial resultou em um trajeto de cerca de 1.130 km a serem percorridos em 12 dias, mais dois dias para deslocamentos não ciclísticos, no Brasil, na ida e no retorno.

Aos poucos, o projeto deve ir se aperfeiçoando...